Evento celebra os compromissos da instituição, que neste ano completou 40 anos de fundação.
Após um hiato em virtude da pandemia da covid-19, a AATR realizou entre os dias 09 e 11 de dezembro, a XXXI edição da Semana da Terra Eugênio Lyra. Com o tema " Transformações do campo: sujeitos, território e conflitos", o evento reuniu representantes de comunidades e movimentos, associados/as e parceiros/as para debater o cenário no campo baiano nas últimas décadas, o panorama das lutas camponesas de enfrentamento aos empreendimentos públicos e privados, nos setores do agronegócio, geração de energia e mineração, que mais ameaçam e agridem os direitos das comunidades tradicionais e camponesas.
A programação também foi marcada por momentos de diálogo voltados a pensar a conjuntura política pós-eleições e partilha de estratégias para pautar e projetar sem descanso a luta pela terra. Foi tempo também de discutir a necessidade de fortalecimento da assessoria popular diante das transformações em curso no campo e projetar os sonhos a partir dos enfrentamentos que se avizinham.
A Semana da Terra também foi marcada pela busca de uma troca necessária de experiências entre os/as participantes e pela importância do reconhecimento acerca dos lugares de cada sujeito na luta.
Neste sentido, destacamos a fala de Elionice Sacramento, da comunidade pesqueira e quilombola de Conceição de Salinas: “Tem uma discussão racial profunda na disputa de terra. Ainda que o capital seja o mote, o desenvolvimento econômico, que outros elementos sejam acionados, a gente não vai avançar enquanto reproduzirmos que somos todos iguais; que estamos todos no mesmo barco, que o problema que afeta um afeta todos. A gente pode até estar no mesmo oceano, mas com certeza em embarcações diferentes.”
A Semana da Terra é um evento realizado desde a década de 80 em memória ao patrono da AATR, o advogado Eugênio Lyra, assassinado a mando do latifúndio em setembro de 1977 na cidade de Santa Maria da Vitória, no oeste baiano.
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