Coordenadora nacional da Conaq Quilombos, Mãe Bernadete, teve uma vida dedicada à defesa das comunidades quilombolas e dos direitos humanos.
Há 6 anos, a Yalorixá Mãe Bernadete Pacífico sentiu a dor da perda de seu filho Binho do Quilombo para violência . Na noite desta quinta-feira (17/08) foi ela quem teve a vida ceifada pelo ódio e pela sensação de impunidade que imperam nesse país. Personalidade forte e combativa, a sua existência foi marcada por uma luta incansável pelo coletivo, pela defesa da sua Comunidade Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, região Metropolitana de Salvador. Na bolsa, sempre carregava com orgulho o documento que confirmava a autoidentificação do território quilombola, uma conquista coletiva, mas que foi forjada na sua busca por políticas públicas, educação, saúde e segurança pública para os seus, mesmo sob ameaças daqueles que queriam usurpar e se apropriar do território quilombola.
Foto: Acervo Conaq/ Walisson Braga
Sua marca era o amor pela sua ancestralidade . Mulher religiosa, de matriz africana, coordenadora nacional da Conaq Quilombos e também liderança insubstituível na luta também de todas as outras comunidades tradicionais, sempre reivindicava de forma ampla a sobrevivência do povo preto, mas isso não lhe foi assegurado. Sempre será uma referência na luta pela defesa do território tradicional, mas especialmente pelos direitos humanos. Foi carregando a dor da perda de um filho, que seguiu lutando e nos dá, nesse momento, a força que precisamos para continuar a luta para que essa perda não fique impune. Que a justiça seja feita, jamais esqueceremos.
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